
Site feito pelos alunos* de Redação em Jornalismo Impresso da PUC-Rio
O Brasil e a memória de guerra
Os lugares de memória sobre os conflitos mundiais são uma forma de não esquecer o que aconteceu e mostrar que a paz deve ser buscada para que nunca mais eventos desse porte aconteçam. A história das duas grandes guerras foi marcada não só por destruições físicas de países europeus, mas também pelo genocídio, principalmente na Segunda Guerra Mundial, com o holocausto.
Para Rafael Araujo, professor de História e pesquidor na área acadêmica, é importante os lugares de produção de memória, para manter viva a história das guerras e servir de exemplo para que as próximas gerações tenham lugares para ver de perto as consequências físicas e estruturais da guerra. No mundo são inúmeros museus que retratam não só a guerra no seu sentido tradicional mas a guerra moderna como foi o atentado terrorista nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. O Memorial do 11 de setembro é uma forma de mostrar para todos como foi terrível o que aconteceu naquela lugar e revelar a necessidade de evitar a repetição de eventos como esse.
Na Alemanha também encontramos diversos museus, como o Memorial do Holocausto. No entanto, no Brasil, encontramos uma dificuldade para a criação de uma memória sobre o passado. Rafael contou que a própria Comissão da Verdade, que investiga os crimes cometidos durante a Ditadura Militar, mostra que o brasileiro é pouco disposto a discutir sobre o passado:
- O principal exemplo desse fato, segundo o pesquisador é que nenhum lugar onde houve o DOI-CODI tenha um museu sobre a Ditadura ou sobre a forte resistência que marcou esse período da história do Brasil. O brasileiro constrói poucos lugares de memória que são importantes para evitarmos novos eventos traumáticos como foi a última Ditadura brasileira, entre 1964 e 1985 - disse Rafael Pinheiro.
"A produção de lugares de memória é importante evitarmos que eventos traumáticos aconteçam", diz Rafael Pinheiro
Entrevista com Rafael Pinheiro:
Rafael Pinheiro de Araujo, professor de História e pesquisador do Grupo de Estudos do Tempo Presente da UFRJ, fala da importância de manter a memória viva.